Bronquite, bronquiolite, asma e pneumonia em Crianças: Diferenças, Sintomas e como tratar?
As doenças respiratórias são frequentes na infância e podem variar em gravidade e causas. Dentre as mais comuns, destacam-se a bronquite, a bronquiolite, a asma e a pneumonia, que muitas vezes apresentam sintomas semelhantes, mas têm diferentes formas de tratamento e impacto na saúde das crianças. Neste artigo, vamos detalhar cada uma delas.
Qual o médico especialista em bronquite, bronquiolite e asma que devo consultar?
O médico especialista nessas doenças respiratórias em crianças é o Pediatra Pneumologista.
Dra Priscila Chahoud é pediatra geral e pneumologista pediátrica com 15 anos de experiência. Realizou residência médica em pediatria e pneumologia pediátrica pela USP. É cadastrada no corpo clínico do Hospital Albert Einstein e atuou por 5 anos no Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da USP. Também é sócia da Associação Brasileira de Asmáticos (ABRA).
ALEXANDRE MACHADO 011 991656071
Para avaliação e tratamento das doenças respiratórias recomenda-se uma consulta presencial no consultório com a especialista Dra Priscila Chahoud, em que ela irá entender os detalhes da situação e indicar sempre o melhor tratamento.
A bronquiolite é uma infecção viral que afeta os bronquíolos, as menores vias aéreas dos pulmões. Geralmente acomete crianças com menos de dois anos, sendo o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) o principal causador, mas outros vírus também podem causar bronquiolite como Adenovirus, Parainfluenza, Influenza, Metapneumovirus, Rhinovirus, Coronavirus e Enterovirus.
Esses virus geralmente são mais prevalentes no outono e inverno e por isso grande parte dos Pronto-Socorros ficam lotados neste período.
Como a Bronquiolite acontece?
Primeiramente a criança entra em contato com alguém doente, e o vírus replica nas vias aéreas superiores dessa criança que começa com congestão nasal, coriza, tosse e pode apresentar febre.
Em torno do quarto a quinto dia, o vírus atinge as vias aéreas inferiores e provoca destruição da parte interna dos bronquíolos, provocando edema, acumulando secreção e obstrução.
Nessa fase a criança fica com uma tosse persistente, ofegante e com dificuldade para respirar.
A bronquiolite pode ser leve, moderada e grave a depender da extensão da lesão dos bronquíolos
Como sabemos se uma criança apresenta bronquiolite?
O diagnóstico é clínico, ou seja, através da história do paciente e exame físico. Na ausculta do paciente, o médico consegue confirmar o diagnóstico.
O exame de pesquisa de vírus não é necessário para fazer o diagnóstico, mas auxilia no uso indevido de antibióticos.
O RX de tórax também não é necessário, mas é importante para descartar complicações como atelectasias e pneumonias.
Consigo evitar que meu filho evolua para as formas moderadas e graves, que precisam de internação?
É muito importante fazer o acompanhamento com o pediatra para que comece o tratamento adequado e evitar uma piora do quadro. Às vezes, mesmo com as medidas de tratamento, o paciente vai precisar de internação para um melhor acompanhamento, além da necessidade de receber oxigênio em alguns casos.
Como tratar a bronquiolite?
Hidratação, lavagem nasal e inalação com soro fisiológico
Broncodilatadores (em alguns casos)
Fisioterapia respiratória (em alguns casos)
Monitoramento dos sintomas em casa
Hospitalização em casos graves, com suporte de oxigênio
Para ter o melhor diagnóstico e tratamento, é essencial a consulta com um pediatra especialista em doenças respiratórias, assim como a Dra. Priscila Chahoud:
A vacina ainda não foi aprovada para as crianças, mas as gestantes podem receber entre 32-36 semanas de gestação.
Os estudos mostram uma proteção de 82% contra os casos graves do trato respiratório causados pelo VSR até 90 dias de vida e de 69% dos casos de doença do trato respiratório causada pelo VSR até 180 dias de vida.
Asma
A asma é uma condição crônica caracterizada pela inflamação e estreitamento das vias aéreas, o que causa dificuldade respiratória. Embora possa se manifestar em qualquer idade, é muito comum em crianças.
O que provoca a asma?
A asma é desencadeada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. A predisposição genética pode aumentar a suscetibilidade de um indivíduo a desenvolver a condição, enquanto fatores ambientais, como poluição, alérgenos e infecções respiratórias, podem atuar como gatilhos.
Quais os sintomas da asma?
Tosse persistente ou recorrente, com piora a noite
Tosse e cansaço aos esforços (ao brincar)
Chiado no peito
Falta de ar
Aperto no peito
Dificuldade ao realizar atividades físicas
O que pode provocar a crise de asma?
Alergenos como ácaro, pêlo de animais e mofo
Infecções virais
Fumaça de cigarro
Poluição
Irritantes como cloro, perfumes e poeiras
Condições do tempo como frio
Estresse
Como tratar a asma?
Os sintomas da asma podem ser diferentes em cada pessoa, portanto o tratamento deve ser personalizado.
O tratamento da asma tem dois objetivos principais: controlar a inflamação das vias aéreas a longo prazo e aliviar os sintomas durante uma crise aguda.
Tratamento de manutenção
Uso diário de corticosteroides inalatórios (“bombinhas”), que reduzem a inflamação das vias respiratórias. Em alguns casos, podem ser prescritos broncodilatadores de ação prolongada ou outros medicamentos para manter a asma sob controle.
Tratamento de alívio rápido
Aumentar as medicações de manutenção ou usar broncodilatadores de curta ação, conhecido como “bombinha”, são usados para abrir rapidamente as vias aéreas e permitir que a criança respire melhor.
O que é importante na avaliação de uma criança com asma?
Descartar outras doenças
Elaborar estratégias nas crises
Verificar a adesão ao tratamento e as dificuldades do paciente
Verificar a técnica do uso da medicação
Evitar fatores que favorecem as crises
Através de um relato minucioso, a Dra Priscila Chahoud vai entender no detalhe cada situação e, com todo carinho e atenção, vai elaborar um tratamento personalizado para controle dos sintomas.
O mais importante é avaliar a história clínica do paciente, observar as características da tosse, identificar a frequência e os fatores desencadeantes das crises, além de realizar um exame conhecido como prova de função pulmonar.
Exames laboratoriais, juntamente com a identificação de fatores de risco como rinite, dermatite atópica e histórico familiar de asma, contribuem para o diagnóstico
Quais os mitos e verdades sobre as Bombinhas?
Bombinha vicia e faz mal para o coração?
Não, as bombinhas não viciam. Existem dois principais tipos de bombinhas para tratamento respiratório: os broncodilatadores de alívio rápido, e os anti-inflamatórios de uso contínuo, como os corticoides inalados. Os broncodilatadores agem rapidamente, abrindo as vias respiratórias e proporcionando alívio imediato dos sintomas. Já os corticoides são administrados diariamente, com o objetivo de prevenir crises e tratar a causa subjacente da asma. Pacientes que não fazem o uso regular dos anti-inflamatórios acabam tratando apenas os sintomas e recorrendo frequentemente aos broncodilatadores, o que pode gerar a falsa impressão de que precisam dessa medicação para se sentirem e respirarem bem.
As bombinhas também não prejudicam o coração. Algumas medicações antigas aumentavam a frequencia cardíaca e provocavam uma sensação de mal estar.
Hoje as medicações são mais modernas e não provocam esse tipo de sintoma. Efeitos colaterais acontecem apenas se a técnica para usar a medicação estiver incorreta ou a dose muito alta.
Bombinha engorda ou prejudica o crescimento?
Existe uma preocupação comum sobre o uso de corticoides, já que em doses sistêmicas (oral ou injetável) podem causar efeitos colaterais, como ganho de peso e redução do crescimento, especialmente em crianças.
No entanto, os corticoides inalatórios são administrados diretamente nos pulmões, em doses muito menores que os corticoides sistêmicos (micrograma). Se usado com a técnica correta e a dose preconizada, as crianças e adolescentes crescem normalmente e atingem todo o seu potencial genético. Estudos recentes oferecem garantias de que em doses convencionais as medicações não têm efeitos significativos a longo prazo no crescimento.
Asma tem cura?
Não, mas a remissão da asma pode ser alcançada na maioria dos pacientes com o tratamento correto.
Pneumonia
A pneumonia é uma infecção que acomete os pulmões, causando inflamação nos alvéolos, árvore brônquica e interstício. Pode ser causada por vírus, bactérias ou fungos.
Quais são os sintomas mais comuns da pneumonia?
Os sintomas podem variar de leves a graves. Os mais comuns são:
Tosse com secreção
Febre alta
Dor no peito ou dor abdominal
Dificuldade para respirar
Cansaço
Em bebês: febre e apatia
Como a pneumonia é diagnosticada?
O diagnóstico da pneumonia geralmente inclui:
Exame físico: O médico com o estetoscópio ausculta sons anormais nos pulmões.
Raio-X de tórax: Ajuda a verificar a extensão da infecção nos pulmões e complicações como derrame pleural, abscessos
Exames de sangue: Hemograma, Proteína C reativa e Procalcitonina auxiliam a monitorar a gravidade e verificar a resposta ao tratamento
Ultrassonografia de tórax: ajuda a identificar derrame pleural nas pneumonias complicadas.
Painel molecular para pesquisa de patógenos respiratórios: ajuda a diferenciar pneumonias bacterianas e virais
Tomografia de tórax: solicitada para avaliar as alterações pulmonares não visíveis na radiografia simples
Como tratar a pneumonia?
Antibióticos para pneumonia bacteriana
Hidratação e repouso
Hospitalização em casos graves, com administração de oxigênio e medicação intravenosa
Para o melhor tratamento da pneumonia, é essencial a consulta com o médico pediatra especialista no tema. A Dra Priscila Chahoud é pediatra pneumologista, com mais de 15 anos de experiência.
Sim, existem algumas medidas que podem ajudar a prevenir a pneumonia:
Vacinação: A vacina contra a gripe e a vacina pneumocócica ajudam a prevenir a pneumonia.
Higiene: Lavar as mãos com frequência e cobrir a boca ao tossir ou espirrar.
Manter o sistema imunológico forte: Uma dieta saudável, hidratação e sono adequado ajudam a fortalecer a imunidade.
Existe diferença da vacina pneumocócica do posto e das clínicas particulares?
A vacina pneumocócica oferecida nos postos de saúde é a Pneumocócica 10, que protege contra 10 sorotipos de pneumococo. Ela é eficaz na prevenção de doenças graves e invasivas causadas por esses sorotipos.
Nas clínicas particulares, estão disponíveis as vacinas Pneumocócica 13 e Pneumocócica 15:
Pneumocócica 13: protege contra os mesmos 10 sorotipos da Pneumocócica 10, mas oferece proteção adicional contra 3 sorotipos. Esses 3 sorotipos são responsáveis por aproximadamente 62,9% dos casos de pneumonia em crianças.
Pneumocócica 15: além de proteger contra os 13 sorotipos da Pneumocócica 13, ela também cobre mais 2 sorotipos, aumentando oferecendo uma prevenção adicional de cerca de 1%.
Esse aumento na quantidade de sorotipos nas vacinas das clínicas particulares confere uma proteção mais ampla contra a pneumonia e outras doenças pneumocócicas, especialmente em populações vulneráveis, como crianças.
Bronquite
A bronquite é uma inflamação dos brônquios, que são os tubos responsáveis por levar o ar para os pulmões. Ela pode ser aguda (geralmente temporária e relacionada a infecções) ou crônica (geralmente relacionada a fatores como a exposição a irritantes).
Quais os sintomas da bronquite?
Tosse persistente (com ou sem produção de muco)
Chiado no peito
Dificuldade para respirar
Cansaço
Como tratar a bronquite?
Repouso e hidratação
Medicamentos para aliviar a tosse e o desconforto respiratório
Antibióticos, se houver infecção bacteriana
As doenças respiratórias, como bronquite, bronquiolite, asma e pneumonia, são causas comuns de preocupação para pais e cuidadores.
Apesar de compartilharem alguns sintomas, cada uma dessas condições tem causas e tratamentos diferentes. A identificação precoce e o tratamento adequado são cruciais para prevenir complicações. Por isso é essencial buscar orientação médica.
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